sábado, 13 de setembro de 2008

personagem: ela.
Cantora antropomórfica

É preciso estabelecer as coisas. Desde que recebi aquela notícia, resolvi que não era comigo. Que nada me atingia, que o problema não era meu. Enfim. Ignoro isso tudo. Sim, ignoro. Nunca tive tanta satisfação em dizer isso. I, g, n, oro...saboreando bem essa palavra. Sendo bem malévola. I, g, n, oro tudo o que aconteceu no passado. Tudo que aconteceu entre a gente nunca existiu. O problema é que não consigo sustentar esse personagem. E sim...eu não ignoro. Sou uma farsa. Eu, mim, tu, quem, onde...um montão de pronome oblíquo, relativo, indefinido...Quis dizer muita coisa, mas tudo se perdeu. Sim. O problema não é meu. Caderninho preto. Escrevo tudo o que um dia posso esquecer, e isso eu não quero! Sim, sim. Façamos promessa!
Entenda o que quiser. Faça macumba, ignore todos os pedidos de reconciliação e não de desculpas - veja bem - afinal, você não está certo em porra nenhuma. E nem digo que eu estou certa. Não digo nada, para falar a verdade. Nada. Mas foi você que me expulsou da sua casa e disse que não queria mais me ver.
No fim você é que está certo e eu errada! Seguindo a lógica natural das coisas, quando um não quer, dois não brigam.

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