“...O senhor é tão moço, tão aquém de todo começar, que lhe rogo, como melhor posso, ter paciência com tudo, tudo o que há para resolver em seu coração e procurar amar as próprias perguntas como quartos fechados ou livros escritos num idioma estrangeiro. Não busque por enquanto respostas que não lhe podem ser dadas, porque não as poderia viver. Pois trata-se precisamente de viver tudo. Viva por enquanto as perguntas. Talvez depois, aos poucos, sem que o perceba, num dia longíguo, consiga viver a resposta....”
Gelei. Parei nesse trecho do Rilke... Paciência...palavrinha cruel, que não nos dá certeza de nada, mas ao mesmo tempo ferramenta para a sabedoria. (Nunca poderia escrever como esse cara.)
Constumava dizer que precisava de um Sigmund de bolso, mas depois percebi que para ele tudo se encaixava num mesmo balaio, que tudo se justifica por uma patologia e que tudo vem na verdade de um verdadeiro complexo de Édipo. Como se não bastasse o coitado ter furado os próprios olhos como forma de punição.
Acredito que ter um Rilke é muito mais completo e mais pessoal. Muito menos analítico e mais vida. O meu Rilke de bolso precisa de poucas palavras, e com isso me apresenta toda a sua dialética. Meu Rilke de bolso é doce e sempre fala no diminutivo, dando ainda mais a sua impressão pessoal com todo o seu carinho. Diz sempre assim... “neguinho”...quando começa falando alguma coisa comigo. É um ser atemporal, é um ser avant garde e que possui muito ensinamento. Mas aquele ensinamento que não é moralizante, mas que conforta e que repousa a dúvida e que permite outros sentidos. Meu Rilke no papel morreu em 1926 e escreveu tudo aquilo que sempre quis escrever, que sempre quis seguir dentro de minha profissão, ou dentro de uma futura pretensão profissional. Meu Rilke de bolso é a alma simplificada do autor, que me diz no pé do ouvido a importância da vida, de todos os seus gêneros de todas as suas especificidades. O nosso to be or not to be está no nosso âmago, já dizia Rilke a Franz. O meu de bolso faz eu perceber que âmago é esse, que centro é esse. Não é o centro de qualquer coisa, de uma melancia cheia de caroço, por exemplo. Meu Rilke de bolso eu posso pensar em emprestar. Seus termos: “amore”, “querido”, “neguinho”... não. Descubra a sua própria nomenclatura.
Mas voltando a palavra que gela: Paciência. Espero conseguir chegar a esse grau de sabedoria. Enquanto isso vou tentando descobrir o meu centro, o que tem por dentro da laranja. Preciso chamar meu Rilke de bolso. É só esfregar a lâmpada, onde ele dorme.Mas com ele os pedidos são ilimitados, graças a Deus!
Gelei. Parei nesse trecho do Rilke... Paciência...palavrinha cruel, que não nos dá certeza de nada, mas ao mesmo tempo ferramenta para a sabedoria. (Nunca poderia escrever como esse cara.)
Constumava dizer que precisava de um Sigmund de bolso, mas depois percebi que para ele tudo se encaixava num mesmo balaio, que tudo se justifica por uma patologia e que tudo vem na verdade de um verdadeiro complexo de Édipo. Como se não bastasse o coitado ter furado os próprios olhos como forma de punição.
Acredito que ter um Rilke é muito mais completo e mais pessoal. Muito menos analítico e mais vida. O meu Rilke de bolso precisa de poucas palavras, e com isso me apresenta toda a sua dialética. Meu Rilke de bolso é doce e sempre fala no diminutivo, dando ainda mais a sua impressão pessoal com todo o seu carinho. Diz sempre assim... “neguinho”...quando começa falando alguma coisa comigo. É um ser atemporal, é um ser avant garde e que possui muito ensinamento. Mas aquele ensinamento que não é moralizante, mas que conforta e que repousa a dúvida e que permite outros sentidos. Meu Rilke no papel morreu em 1926 e escreveu tudo aquilo que sempre quis escrever, que sempre quis seguir dentro de minha profissão, ou dentro de uma futura pretensão profissional. Meu Rilke de bolso é a alma simplificada do autor, que me diz no pé do ouvido a importância da vida, de todos os seus gêneros de todas as suas especificidades. O nosso to be or not to be está no nosso âmago, já dizia Rilke a Franz. O meu de bolso faz eu perceber que âmago é esse, que centro é esse. Não é o centro de qualquer coisa, de uma melancia cheia de caroço, por exemplo. Meu Rilke de bolso eu posso pensar em emprestar. Seus termos: “amore”, “querido”, “neguinho”... não. Descubra a sua própria nomenclatura.
Mas voltando a palavra que gela: Paciência. Espero conseguir chegar a esse grau de sabedoria. Enquanto isso vou tentando descobrir o meu centro, o que tem por dentro da laranja. Preciso chamar meu Rilke de bolso. É só esfregar a lâmpada, onde ele dorme.Mas com ele os pedidos são ilimitados, graças a Deus!
4 comentários:
fico tão eliz e vaidosa de ser tão importante na tua vida, vc nem tem noção! Vc é o meu neguinho querido!!
querido amigo, que bom que você tem vindo mais por aqui. mas, mesmo quando você vem pouco, quando você vem, você vem que vem, né? Suas palavras são tão poderosas, tão saborosas, se você soubesse o quanto... escreveria ainda mais.
Saudades! E força, aí, em tudo que há por fazer.
Ah1 - e obrigada pela visita no "palavras...".
bjs,
Cynthia
Querido Jonas, quero muito ver Palava (En) cantada, mas sei lá... terei que sair da Tijuca para Botafogo, se for ruim, me jogo na linha do trem. Você gostou ??? Pode deixar que não tomarei sua opinião como uma certeza, só que ficarei mais tranquila de ter a sua idéia inicial pra não entrar naquelas furadas totais.
bjs.
Sobre Palavra (en)cantada, acabei vendo "Três macacos" por causa do horário. Vc viu? É turco, é turco, é turco (rs.). Não sei o que dizer do filme, coisa boas, coisas chatas-arrastadas, coisas legais de ver.
Bjs, SAUDADES!
Cynthia
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